Transexualidade, Masculinidade e Religiosidade

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*Por João Gomes Luiz

Os caminhos por onde andei…

“Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que se é” (Caetano Veloso)

Me chamo João Gomes Luiz. Sou filho de uma costureira e de um operário, Dona Fran e Seu Luiz. Sou o caçula da minha família, tenho um irmão (o mais velho) e uma irmã (a filha do meio) e uma única sobrinha. Sou um jovem de 27 anos apaixonado por tudo que envolve literatura/cultura/arte brasileira. Atualmente, sou mestrando em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (estudo a obra Quarto de despejo: diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus) e sou professor temporário de Língua Portuguesa da rede pública do Estado do Ceará desde 2017. Sou também um homem trans católico. Esse meu último dado parece meio contrastante, não é? Pois por muito tempo, eu me senti um contraste, de fato. Um erro, um embuste, um ponto fora da curva, a ovelha errada… Mas, parafraseando Linn da Quebrada, travesti e artista brasileira, com o tempo, eu fui compreendendo que eu sou o fracasso de uma sociedade que falhou ao tentar rotular minha existência, meus desejos e minha identidade. É, minha gente, eu hackeei o “cistema”!

Para início de conversa, é importante falar de modo breve sobre cisgeneridade e transgeneridade/transexualidade para que você que me lê possa me acessar melhor. Nesse contexto, gênero pode ser encarado como uma classificação. O ser humano é um animal muito peculiar, bem diferente dos outros, principalmente, pelo fato de que ele tem o poder da comunicação lapidado pela invenção da língua. A língua é um código complexo que permite a reverberação da cultura de uma sociedade, a transmissão de seus valores, crenças e costumes, bem como a compilação de preconceitos e violências. Desse modo, a língua o ser humano usa para classificar e nomear a si mesmo. Assim, entra o gênero. Desde os primórdios, o ser humano nomeou sua espécie dentro do que seria o gênero feminino e o gênero masculino. Isso tudo ele fez por meio da constatação de um binarismo genital: quem nasce com vagina é mulher, quem nasce com pênis é homem. Agora, entra o que se denomina cisgeneridade e transgeridade/transexualidade. Grosso modo, uma pessoa cisgênero pode ser entendida como alguém que se identifica com o gênero atribuído pela sociedade no seu nascimento e uma pessoa transgênero pode ser entendida como alguém que não se identifica com o gênero atribuído ao nascer, o que se configura como o meu caso: sou um homem trans, não me identifico com o gênero dado no meu nascimento, tampouco com a série de atributos que me foram predestinados.

Eu nasci em 4 de outubro de 1994, quase no meio da década de 1990. Uma data linda, em que se celebra o dia de um dos santos mais emblemáticos da Igreja Católica: São Francisco de Assis. Sempre gostei de animais e saber que São Francisco é protetor dos bichinhos sempre me fez simpatizar com ele. Antes mesmo de eu sair da barriga de minha mãe, detectaram que eu possuía uma vagina e me designaram como mulher. Logo, o mundo ao meu redor, que eu nem mesmo conhecia, me atribuiu um conjunto de comportamentos e expressões do universo dito feminino e me declarou como uma mulher cis e heterossexual. Mas, conforme fui crescendo, eu poderia listar uma série de situações desconfortáveis e questionamentos embaraçosos que iam surgindo no meu caminhar sobre essa minha tal existência como uma suposta menina cis e hétero. Desde a infância, eu sabia que minha afetividade e sexualidade não se encaixavam no que é tido como heterossexualidade, além de minha expressão de gênero não ser aquela tão feminina.

Assim, na adolescência, minha orientação sexual, que é basicamente por quem eu me atraio afetiva e sexualmente, foi designada por mim como lésbica. Com o desenrolar do tempo, entretanto, o sentimento era de que algo a mais estava a pulsar dentro de mim, havia um descompasso sobre meu corpo e sobre a leitura que o mundo exterior a mim fazia da minha pessoa. Meu nome, minhas roupas, meus adjetivos, meu pronome, tudo era muito difícil de ser aceito por mim e, na época, eu não entendia muito bem o meu mal estar sobre minha existência e imaginava que todas as pessoas do mundo também se sentiam assim! Não havia séries, filmes, artistas nem muitos exemplos representativos e positivos de pessoas como eu. Os únicos exemplos LGBTQIAP+ (as letras significam: Lésbica, Gay, Bissexual, Transgênero/Travesti/Transexual, Queer, Intersexual, Assexual, Pansexual. O + da sigla demarca que há muitas outras manifestações da identidade e da orientação dos seres humanos, podendo abarcar outras denominações) de pessoas próximas a mim das quais eu tinha notícia no meu bairro eram sinônimos de rejeição, motivo de piada, ou pior: eram associados à AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Como eu nasci numa época de transição de valores e crenças, a homossexualidade há pouco tempo havia saído do rol de doenças mentais pela Organização Mundial da Saúde e o estigma do vírus do HIV era tido ainda como forte associação ao que chamavam comunidade GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), ainda mais pensando no bairro em que eu morava, local em que desconstrução de tabus não era uma qualidade daquele lugar. Eu, quando criança, tinha medo de me aproximar de pessoas LGBTs, porque eu imaginava que eram sujas, que eram erradas. Assim, passei um bom tempo da minha infância excluindo a mim mesmo. Eu, criança, inconscientemente, tinha medo de ser LGBT, mesmo já sendo, pois imaginava que o que me esperava era chacota, rejeição e HIV. Tentava não parecer “lésbica”, ser uma garota menos “masculinizada” e tentava me encaixar numa forma que nunca me coube. Porém, chegou uma época em que, mesmo com esses medos todos, eu vivi o que quis viver. Fui feliz e fui triste, amei e desamei, odiei e fui odiado, afinal, ser jovem é tudo isso e um pouco mais, não é?

Sempre fui um jovem atuante na Igreja Católica. Nasci e cresci num bairro periférico localizado em Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza/CE. A comunidade em que participei desde criança foi onde eu bebi da fonte da Teologia da Libertação e das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), regadas por uma espiritualidade pautada na opção preferencial pelos pobres e por uma visada social da fé no Evangelho de Cristo. Dentro do espaço eclesial, eu tive contato com a música e com o canto. Aos 11 anos de idade, após minha 1a Eucaristia, entrei para o Ministério de Música da comunidade e também para o grupo de coroinhas. Fui, após minha Crisma, catequista de Crisma, coordenador do Ministério de Música, coordenador de Grupo de Reflexão e participava fervorosamente, dedicando meus finais de semana com muito ardor e carinho ao serviço pastoral.

Aos 13 anos, uma das melhores coisas da minha vida aconteceu: tive contato com uma pastoral social da Igreja Católica chamada Pastoral da Juventude, um segmento que trabalha com o amadurecimento da fé dos jovens atrelado ao cuidado afetivo e à formação política. É uma pastoral, por vezes, incompreendida nos espaços eclesiais, porque, como toda pastoral social, é repreendida por pessoas puristas e conservadoras. Pois foi na PJ em que eu me encontrei, porque, assim como ela, eu também fui incompreendido por muitas pessoas que se diziam prenhes de religiosidade. A religião, como um princípio de religar o ser humano a algo para além dele, deve/deveria também ser este ponto de acolhimento e inclusão.

Falando um pouco sobre essa palavra bonita, religiosidade: toda pessoa que já participou da Pastoral Litúrgica de sua comunidade já deve ter feito parte também de formações nas quais o palestrante falou sobre a etimologia da palavra “religião”, que deriva do latim religare, religar, voltar a ligar. Passando para o sufixo “-dade”: quando acrescido a uma palavra introduz nela ideias de estado, situação ou quantidade. Em suma, o sufixo -dade traz a noção de condição. A religiosidade, portanto, remete a algo que possui a condição de ser religioso e de reatar ou de reaproximar o que está desligado entre o humano e o Sagrado. Reconhecer o Sagrado na diversidade é um dos pontos cruciais para o serviço pastoral e para a convivência também fora da Igreja Católica. Um ajuntamento que não valoriza nem reconhece o potencial dos diferentes componentes de seu grupo não entende o que é a lógica de viver em comum unidade. A unidade nasce do entendimento que um líder possui sobre como a diversidade, trabalhando coesa, pode fazer reinar a paz e a concórdia por meio da valorização das capacidades que cada indivíduo possui.

Quantos jovens LGBTs conhecemos que doam seu tempo e sua vida inteira em pastorais e grupos católicos, mas, diante da menor manifestação de seus desejos e identidades, são convocados sutilmente a se retirarem? Por vezes, a desconexão causada por falsos pastores é a consequência nefasta que elimina a presença de pessoas LGBTs no meio eclesial. Como ser Igreja em Saída, se muitas comunidades fazem um percurso cíclico, ensimesmado, desembocando nos próprios umbigos?

A possibilidade de uma masculinidade positiva e de uma religiosidade autêntica segundo Jesus Cristo: “Eles queriam um grande Rei/ Que fosse forte, dominador/ E por isso não creram nele/ E mataram o salvador!” – (Canção da IECLB).

Antes da minha transição de gênero, eu participei de um grupo feminista formado por garotas da Pastoral da Juventude de Fortaleza. Éramos o Grupo de Mulheres Flor de Mandacaru associado ao CEBI-CE (Centro de Estudos Bíblicos do Ceará). Lembro que a ideia de nascer esse grupo partiu de um diálogo durante a Escola de Coordenadores da Pastoral da Juventude e foi após o Grito dos Excluídos de 2015, que nos reunimos pela primeira vez. Era algo revolucionário, pioneiro e inovador para época um grupo de jovens meninas da Pastoral da Juventude abordar o feminismo dentro da ótica religiosa. Foi um divisor de águas para muitas amigas do grupo e para mim também. Dentro daquele grupo, eu tive a oportunidade de me questionar ainda mais sobre o desconforto da minha existência como mulher cis. Como todo processo que se inicia e tem seu término, o grupo teve uns três anos de duração, tendo seu fim no ano de 2018. Perto do final do Grupo, eu já estava ciente da minha identidade de gênero, mas foi apenas em 2020 que consegui verbalizar de maneira eficaz às pessoas sobre o meu eu. Pois bem, dentro de um grupo feminista, eu me descobri homem! Sou grato ao Flor de Mandacaru, à Pastoral da Juventude e à Teologia da Libertação, que mostraram que o rosto de Deus também é trans.

Não é fácil estar dentro da Igreja Católica e realizar movimentos tão insurgentes e desconstrutores do fundamentalismo religioso, esse viés violento que se respaldou de modo crescente com o Golpe político de 2016 no Brasil e se alastra perniciosamente com o bolsonarismo na atualidade. A Igreja Católica, como qualquer espaço social, possui pessoas LGBTs ativas no trabalho pastoral, concomitantemente, existe o fato de que é também umas das instituições nas quais tudo que foge à experiência cisheteronormativa é negativizado e reprimido. A violência sistêmica praticada contra nós, pessoas LGBTs, é reflexo de séculos do olhar impositivo do homem branco sobre as diversas manifestações das identidades e das sexualidades. Tudo no plural, porque plurais nós somos! Pensando na Igreja Católica da América Latina, na segunda metade do século XX, por meio das ações do Concílio Vaticano II e das Conferências Episcopais (principalmente, as de Medellín e Puebla), inicia-se um movimento de resgate dos marginalizados por meio de um olhar preferencial pelas periferias sociais, tentando abarcar o que podemos afirmar como sendo uma autêntica religiosidade pregada por Jesus de Nazaré, ou como diria Gutierrez (2000), uma opção, uma preferência pelo Deus de Jesus Cristo, presente nos excluídos, os últimos dentro da sociedade capitalista.

Não são poucas as passagens bíblicas em que Cristo mostra o que seria essa religiosidade autêntica. Dentre as mais conhecidas ocasiões, temos: o encontro libertador de Cristo com a mulher samaritana (Jo 4, 1-42); Zaqueu, o cobrador de impostos e a visita de Cristo (Lc 19, 1-10); o diálogo de Cristo com a mulher que recolhe migalhas de comida (Mt 15, 21-39); a cura da menina morta (Mc 5, 21-43); a mulher acusada de adultério sendo impedida de ser apedrejada (Jo 8, 1-11); a cura do amigo do centurião romano (Lc 7, 1-10). Em todos esses episódios, Cristo promove uma nova ligação desses marginalizados com o Sagrado e consigo mesmos. Ainda nessas passagens, a religiosidade autêntica de Cristo é feita aliada à expressão do que eu afirmo como uma masculinidade de contramão. Aquela famosa canção da Solenidade de Domingo de Ramos trazida na epígrafe desta seção: “Eles queriam um grande Rei/ que fosse forte, dominador/ E por isso não creram nele e mataram o salvador” pontua como agiu o imaginário cultural (tomo aqui emprestado o termo do filósofo camaronês Achille Mbembe. No caso de Mbembe, ele utiliza a terminologia “imaginário cultural”, no que tange à ficção de raça e às falácias do racismo implantado pela empresa colonial e pela ação nefasta da branquitude no mundo. Parafraseando Mbembe, utilizo neste texto a expressão “imaginário cultural” para auxiliar na compreensão acerca da série de fabulações e conjecturas feitas pelo senso comum acerca do que seria a masculinidade) da sociedade da época de Cristo acerca do que se pensavam ser uma liderança masculina de um Rei. A figura de Rei dos Judeus associada à força e à dominação remete ao poderio e à truculência atribuída à figura masculina nas sociedades. Tomando o trecho da canção, não creram no Cristo, pois sua “governança” não foi vista como forte e viril. Jesus usava o diálogo no lugar da força bruta, a palavra era sua ferramenta pedagógica. Porém, para o senso comum, é como se Jesus não honrasse os atributos “excepcionais” socialmente designados ao seu gênero masculino. Sobre essa questão, conforme Bourdieu (2009), o homem, por meio da virilidade, socialmente louvada, é conduzido à vocação de tudo que é ascendente, superior. Nesse sentido, Jesus contraria o ethos atribuído a uma figura vigorosa: foi um Rei que não esboçava o conjunto de valores e comportamentos varonis, aquela força falocêntrica com caráter ascendente. Jesus tinha o poder de conversar com seus semelhantes e de “governar” através desta ferramenta tão imprescindível para qualquer liderança que se preze. Entretanto, isso não parecia interessante aos olhos da maioria. Assim, o castigo para um Rei que ousa desconstruir arquétipos seculares da conduta masculina só pode ser sua deposição e morte.

Numa sociedade patriarcal na qual o homem não pode demonstrar seus sentimentos, Jesus contrapõe o script e dá uma abertura nítida para a construção de novas masculinidades a quem pretende segui-lo. Cristo repreende a truculência como resposta imediata a situações que podem ser atenuadas ou resolvidas com desenvolvimento sofisticado de pensamentos. Jesus provoca fariseus, seus discípulos e todas as pessoas ao seu redor à argumentação, ao diálogo, ao incessante uso da palavra para transformar o mundo ao seu redor, primeiramente, fazendo a leitura do mundo, pois, assim como Paulo Freire, Jesus entende que a leitura do que se passa ao seu redor precede a leitura da palavra. Jesus, o verbo que se fez carne, entende bem o impacto da palavra na história humana, algo muito semelhante ao que nós, pessoas trans, passamos, pois também sabemos o quanto a palavra é valiosa, o quanto nossos nomes e pronomes são caros a nós. A cada Lei que nos é garantida vemos um sinal de acolhimento e vida, a cada certidão de nascimento retificada, renasce um de nós.

A masculinidade positiva de Cristo torna-se um excelente ponto de partida para os homens trans e cis da atualidade. Jesus, por meio de uma masculinidade oposta à vigente, percebe o quanto a reflexão acurada das situações de tensão era urgente, pois a palavra pela palavra não abarcava a totalidade das situações em que ele se envolvia, o que merecia uma ruminação mais profunda. Assim foi com as passagens citadas anteriormente: Jesus escuta ativamente, reflete, rumina e parte para uma ação. Olha só o ver, julgar e agir, minha gente!

A mesma padronização imposta a Cristo é também colocada na atualidade dentro do espaço religioso a tantos homens que são forçados, através de uma leitura literal da Bíblia, à expressão de uma masculinidade estritamente cisheteronormativa, alheia ao sentir e distante de uma relação amorosa circular, como propunha o Cristo em relação à configuração da relação indivíduo-comunidade. O homem, nesta lógica patriarcal, deve ser o condutor de tudo, a “cabeça” da relação amorosa, estando no cume de uma pirâmide familiar, na qual a mulher é a coadjuvante, a figurinista, nunca nomeada, sempre a esposa ou filha ou prima de alguém.

Alargando este contexto, um homem cis gay, um homem trans gay ou um homem trans hetéro não se encaixam dentro desses parâmetros, pois suas vivências demarcam novas narrativas fincadas cada vez mais pela contemporaneidade. Dentro dos templos por aí afora, diante dessas variadas construções de identidade e de orientação sexual, ainda há grande descompasso: muitos agentes de pastorais e movimentos conduzem seu exercício eclesial, muitas vezes, ocultando ao máximo os dramas de seus filhos LGBTs, e os filhos, por sua vez, continuam a caminhada dentro das comunidades, sob o disfarce de seus verdadeiros sentimentos e desejos ou, em algum momento, rompem de vez com a Igreja, sobrando uma grande fenda. Ao fim, levam da Igreja a pior impressão possível do que significa ser cristão.

Acerca dessas situações, Cristo nunca falou abertamente. A homossexualidade, a transgeneridade e tantos outros elementos que fazem parte da existência da comunidade LGBTQIAP+ são rebatidos pelas ideologias conservadoras, as quais partem para o Antigo Testamento em busca de subsídio que legalizem as violências praticadas por eles dentro das igrejas. Falam em cura gay ou em espíritos demoníacos habitando nossos corpos, mas não percebem que o orgulho que emana de nós tem muito de sagrado. Também é uma pergunta que paira dentro de mim esta de por que Cristo não condenar a homossexualidade. Nenhum trecho bíblico, nenhuma pista, nenhum sinal. Nenhuma linha falando sobre uma legislação objetiva sobre como devemos amar ou como devemos nos portar diante de nossas identidades. Essa ausência me parece gritar uma mensagem explícita. Não a caracterizo como omissão de Jesus, mas como um recado para um bom entendedor. Acredito que Cristo, tendo uma única oportunidade de vir a este mundo, não gastou seu tempo ditando regras sobre a vida alheia, mas preferiu passear pelas veredas do mundo praticando o bom e velho mandamento do Amor. Por fim, direciono um pensamento final: se a felicidade de uma pessoa LGBT incomoda alguém é expressamente urgente que esse alguém reavalie o que está por trás de tamanha aversão a nós. Para nós, a comunidade LGBTQIAP+ eu desejo que possa ser redundante e pleonástica no Amor como foi Cristo. Que sejamos reciprocamente amados e amantes, ardentemente apaixonados pela diversidade que habita cada indivíduo e, principalmente, por quem nossas transições nos tornam a cada dia!

Veja a live com o João

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*Membro da coordenação colegiada da Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Fortaleza, mestrando em Literatura Comparada pelo PPGLetras da Universidade Federal do Ceará e professor temporário de Língua Portuguesa da rede pública do Estado do Ceará.

REFERÊNCIAS

  • A dominação masculina/ Pierre Bourdieu; tradução Maria Helena Kuhner. – 2a ed. – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002. 160p.
  • BÍBLIA, N.T. João. Português. In: Bíblia sagrada. Versão de Ivo Storniolo; Euclides Martins Balancin. São Paulo: Paulus, Cap. 4, vers. 1-42; Cap. 8, vers. 1-11.
  • BÍBLIA, N.T. Lucas. Português. In: Bíblia sagrada. Versão de Ivo Storniolo; Euclides Martins Balancin. São Paulo: Paulus, Cap. 7, vers. 1-10; Cap. 19, vers. 1-10.
  • BÍBLIA, N.T. Marcos. Português. In: Bíblia sagrada. Versão de Ivo Storniolo; Euclides Martins Balancin. São Paulo: Paulus, Cap. 5, vers. 21-43.
  • BÍBLIA, N.T. Mateus. Português. In: Bíblia sagrada. Versão de Ivo Storniolo; Euclides Martins Balancin. São Paulo: Paulus, Cap. 15 vers. 21-39.
  • IECLB. Eles queriam um grande rei. Disponível em: https://www.luteranos.com.br/textos/eles-queriam-um-grande-rei. Acesso: 12 jul 2022.
  • Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política de morte /Achille Mbembe ; traduzido por Renata Santini. – São Paulo : n-1 edições, 2018. 80 p.
  • Teologia da libertação/ Gustavo Gutierrez. tradução: Yvone Maria de Campos Teixeira da Silva; Marcos Marcionilo. – 1a ed. São Paulo: Edições Loyola, 2000; 368p